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O que a Pequena Sereia tem a ver com a voz do Senhor e a nossa real identidade?

Meses atrás, iniciei uma leitura semanal de contos muito conhecidos à minha pequena filhinha de 3 anos, a fim de aguçar sua imaginação.

Um dos primeiros livros que introduzi foi o da Pequena Sereia, porém, fiquei um tanto espantada pois a versão que havia encontrado era um pouco diferente da versão que um dia ouvi. 

O que a Pequena Sereia tem a ver com valor individual?

 

A Pequena Sereia, nos contos de Andersen, quando sobe à superfície para descobrir como é o mundo fora do mar, presencia a existência de humanos, que são semelhantes à ela fisicamente, diferenciando-se apenas pela cauda. Logo, ela avista um príncipe que a cativou por completo.

Encantada, não conseguia tirar os olhos dele por tamanha admiração. Desejou estar ao seu lado, conhecê-lo e fazê-lo se apaixonar por ela, mas como poderia? Ela tinha cauda de peixe, e como sua avó já havia dito, os humanos a consideravam uma disformidade.

Ansiosa por cumprir seu desejo, resolveu pactuar com uma bruxa. Abriu mão de sua cauda para se tornar humana e deu em troca sua voz, sem saber ao certo se conseguiria conquistar o coração do seu amado príncipe.

A Pequena Sereia então, abriu mão da sua família, do seu lar e de quem era, para se encaixar no que o mundo achava ideal e belo. Trocou sua cauda por pernas, trocou o reino de seu pai pelo reino do mundo, no momento que deu voz a ele. A princesa herdeira, trocou a si mesma e acabou ficando sem voz. Sem voz para o mundo e principalmente sem voz para si.

Nos contos de Andersen, ela não se casa com o príncipe, ela vira uma espuma.

O mundo não reconhece nosso verdadeiro valor

Atualmente, são muitas as vozes presentes no mundo com o fim de calar e rebaixar nosso valor individual, um que possui características tão únicas e singulares que o Pai nos concedeu. O valor individual hoje, geralmente é medido pela nossa aparência, status social, posse de bens ou sucesso na área profissional ou acadêmica.

A irmã Daiane Korth da Silva, na Liahona de setembro de 2018 compartilhou:

“Nosso valor individual veio do céu. Antes, sentia que era errado gostar de mim mesma por não me ajustar ao modelo de beleza que uma mulher deveria ter na visão do mundo. Agora eu estava pronta para admitir que adoro minha personalidade introvertida e nerd, o cabelo cacheado e desarrumado, os olhos castanhos, o nariz de batata, o sorriso largo e até meu corpo acima do peso que faz o que preciso fazer. Senti-me grata por ser uma criação de Deus. 

Finalmente compreendi que Ele não comete erros.

“(…) aprendi uma verdade que para muitos parece óbvia: meu valor individual nada tem a ver com este mundo! Eu vim do céu. Sempre senti isso, mesmo cega temporariamente.

Não é uma decisão da mídia, de meus amigos ou de nenhuma outra pessoa a não ser do Pai Celestial e de Jesus Cristo, e Eles me valorizam tanto que o Salvador morreu por mim.

As vozes do mundo continuam falando e julgando, mas agora tenho o forte conhecimento de meu valor, o que nunca quero esquecer. Esse conhecimento me trouxe paz e alegria que desejo dividir com todos que encontro.”

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Como a voz do Senhor pode sobressair a voz do mundo?

Quando nos esforçamos diariamente para silenciar as vozes que nos destroem e aumentar as que nos edificam e nos aproximam de Deus.

Podemos fazer isso das seguintes maneiras:

  • Nos afastando gentilmente de pessoas que desvalorizam, criticam ou humilham quem somos, seja por meio de um comentário maldoso ou atitude direta;
  • Escolhendo alimentar nosso espírito com bons nutrientes, através do estudo das escrituras e mensagens dos servos escolhidos do Senhor;
  • Ouvindo hinos que nos inspiram;
  • Sendo criteriosos com o que acompanhamos nas redes sociais.

À medida que alimentamos diariamente o nosso espírito com estes esforços e buscamos conhecer mais ao nosso Pai Celestial e Salvador, teremos facilidade de enxergar com mais clareza que nossa real identidade se assemelha a Dele, pois fomos criados à sua imagem e semelhança.

O Élder James E. Faust, na liahona de outubro de 1999, compartilhou:

“Ser uma filha de Deus significa que se a buscarem encontraram sua verdadeira identidade. Saberão quem são. Isso as tornará livres, não de restrições, mas mais livres de dúvidas, de ansiedades e das pressões da sociedade. Não terão de preocupar-se com coisas como: “Será que estou bem vestida?” “Será que pareço bem?” “O que as pessoas vão pensar de mim?” A convicção de que são filhas de Deus lhes proporcionará consolo e auto-estima. Isso significa que poderão encontrar forças no bálsamo de Cristo, que lhes ajudará a enfrentar os sofrimentos e problemas com fé e serenidade.”

Saber quem verdadeiramente somos nos ajuda a encontrar felicidade e paz duradouras. Por isso, quando a vida ficar difícil ou quando as vozes do mundo ficarem altas demais, lembre-se de que o Pai Celestial estará sempre disponível para nos ajudar a ver quem realmente somos e em quem podemos nos tornar.

Este artigo foi escrito por Mariana Pegorim.

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