A história de Auguste Lippelt e a Igreja no Brasil
A vida foi difícil para muitas famílias que viviam na Alemanha após a Primeira Guerra Mundial. O país estava endividado, o dinheiro havia se tornado inútil e havia escassez de alimentos em todo o país. Auguste e seu marido, Robert, estavam criando sete filhos nessas circunstâncias difíceis.
Auguste e seus quatro filhos mais velhos haviam sido batizados como membros da Igreja depois que uma mulher os convidou para uma reunião dos Santos dos Últimos Dias, mas Robert estava muito infeliz com a nova fé de sua família. Ele não acreditava em Deus e não tinha vontade de aprender sobre o evangelho.
Auguste e Robert lutavam para alimentar seus filhos na Alemanha pós-guerra. Robert, um pintor profissional e instrutor de dança, pensou que poderia encontrar melhores oportunidades de trabalho se eles deixassem o país.
Mas Robert também tinha outro motivo para se mudar, ele queria levar sua família o mais longe possível da Igreja. Então, Robert procurou lugares onde a Igreja não existia.
Ele achou que o Brasil, que ficava do outro lado do mundo – quase 9.600 quilômetros de distância, era a resposta.
Contudo, ele não considerou as repercussões de levar consigo cinco dos membros recém-conversos e entusiasmados da Igreja.
Robert mudou-se com sua família para uma pequena vila chamada Ipoméia, no sul do Brasil. Embora a Igreja estivesse ausente no Brasil, a esposa de Robert estava muito presente.
Sem se intimidar com a desaprovação de seu marido, Auguste compartilhou seu forte testemunho do evangelho com seus vizinhos e escreveu para o profeta Heber J. Grant, em Salt Lake, pedindo que missionários e materiais de ensino fossem enviados ao Brasil – especialmente para sua cidade de Ipoméia.
O trabalho missionário prosperou na pequena vila porque Auguste se tornou instrumento de Deus ao compartilhar as boas novas do evangelho com outros imigrantes alemães da região.
Na manhã de Natal de 1925, todos os países da América do Sul, incluindo o Brasil, foram dedicados ao trabalho missionário. Como Auguste havia enviado cartas aos líderes da Igreja, o presidente da missão a visitou.
Ele testemunhou o grande trabalho que ela havia feito e designou missionários para Ipoméia. Sua primeira tarefa foi criar o Ramo de Ipoméia, para que pudessem construir sobre a sólida fundação estabelecida por Auguste entre outros colonos daquela região.
Inicialmente, os missionários pregavam o evangelho para os imigrantes alemães, que foram alguns dos primeiros conversos no Brasil. Infelizmente, levou mais 13 anos para que as reuniões da Igreja fossem realizadas no idioma oficial do Brasil, o português.
Mas, uma vez que isso aconteceu, o evangelho floresceu entre o povo brasileiro, e a Igreja cresceu mais rápido no Brasil do que em qualquer outro país da América do Sul.
Até os dias de hoje, Auguste é considerada uma pioneira fiel na região de Ipoméia, no Brasil.
Mesmo que o marido de Auguste a tenha levado para longe de sua terra natal após sua conversão, ela perseverou no Brasil ao realizar orações em família, liderar noites familiares e conduzir reuniões de estudo em sua casa.
Seu marido foi eventualmente batizado após a morte de Auguste em 1952; seu coração se abrandou quando ele leu o Livro de Mórmon após sofrer um derrame. Seu trabalho árduo foi fundamental para ajudar a Igreja a chegar quando e onde chegou.
Quase 100 anos depois que os missionários pregaram pela primeira vez na América do Sul, o Brasil tem 1.472.521 membros, 36 missões e 14 templos, entre anunciados em construção e dedicados. Até os dias de hoje, Auguste é considerada uma pioneira fiel na região de Ipoméia, no Brasil.
Fonte: LDS Living
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